Os investigadores da Academia de Ciências Sociais e Tecnologias – ACITE, Gabriel Luciano Maria Benguela e Manuel Celestino Gonçalo Nunes participaram, de 28 a 30 de Maio do ano em curso, do “Colóquio Internacional 50 anos de Dipanda: A Imprensa Africana e a Democracia”, organizado pelo Grupo Internacional de Estudos da Imprensa Periódica Colonial do Império Português – GIEIPC-IP, em parceria com a Biblioteca Nacional de Angola e a Faculdade de Humanidades da Universidade Agostinho Neto, no âmbito das comemorações dos 50 anos de independência de Angola.
O evento que teve como objectivo impulsionar os estudos sobre a história da imprensa angolana e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, explorando a sua vertente cultural e política, e o seu papel intelectual na história dos países envolvidos contou com a participação de estudantes, investigadores nacionais e estrangeiros e da sociedade em geral.
Gabriel Benguela interveio no painel “Sociedade Civil e Esfera Pública na Imprensa”, apresentado os resultados da pesquisa intitulada “Representação na imprensa da agenda político governativa sobre as minorias étnicas em Angola (2016-2021)”. Um trabalho que analisa a problemática da representação mediática da agenda político governativa sobre as minorias étnicas em Angola, tendo em consideração a prática social na construção das notícias e da sua narrativa. O autor teve fonte os textos do Jornal de Angola, Agência Angola Press (ANGOP), Jornal o Público, Voz da América (VOA) e Deutsche Welle (DW), para daí depreender a representação das minorias étnicas, seus anseios e aspirações como uma das medidas de inclusão social.
Manuel Nunes trouxe a discussão o debate sobre o “Intelectual e a Imprensa angolana”, olhando para as duas facetas em meio século de movimentos e circulações. Na ocasião, o investigador esclareceu que durante meio século de existência, enquanto Estado independente, parece credível afirmar que a imprensa angolana continua a galgar como protagonista no processo da sua edificação, associada à adequação aos eventos globais, juntamente com os intelectuais, cujo intento sempre foi compreender os dilemas políticos do seu tempo. Segundo o investigador, a imprensa além de desempenhar um papel influente na libertação de Angola o seu início como Instituição foi assinalado pela aprovação do decreto de 7 de Dezembro de 1836 e consequentemente com a impressão do primeiro diário oficial em 1845. Por isso, as narrativas intelectuais vistas, evidenciam o papel desempenhado pela imprensa angolana a julgar pelas reflexões feitas ao longo dos tempos. Continuando, avançou que o intelectual, ao ser “alguém que reflecte sobre as coisas”, segundo Bobbio, ou, como referiu Habermas, devido “as construções teóricas e as suas reflexões” sobre assuntos variados, hodiernamente, aparece como porta-voz da crítica ou da legitimação da ordem.
As comunicações dissertadas pelos investigadores da ACITE, contribuíram a para a compreensão do debate sobre a importância da Imprensa e da Democracia na construção e preservação dos 50 anos de independência do Estado angolano